sexta-feira, 13 de agosto de 2010

Nenhuma vontade de ficar.

Meus dias são sempre como uma véspera de partida. Movimento-me entre as pontas como quem sabe que daqui a pouco já não vai estar presente. As malas estão prontas, as despedidas foram feitas caminhando de um lado para outro na plataforma da estação. Só me resta olhar as coisas lerdo e torvo, sem nenhuma emoção, nenhuma vontade de ficar.
É difícil me iludir porque não costumo esperar muito de ninguém. Odeio dois beijinhos, aperto de mão, tumulto, calor, gente burra e quem não sabe mentir direito. Não puxo saco de ninguém, detesto que puxem meu saco também. Não faço amizades por conveniência, não sei rir se não estou achando graça, não atendo o telefone se não estou com vontade de conversar.

Tenho meus motivos.

 Para odiar, quem eu quiser.
 Para tomar atitudes, sejam quais forem as consequências. 
 Para dizer que tenho motivos, sem te-los.
 Mas sempre crio motivos pra mim.