domingo, 27 de junho de 2010

sábado, 26 de junho de 2010

quinta-feira, 24 de junho de 2010

E hoje nada pode me fazer sentir melhor. Minhas opiniões, conclusões, só por hoje não mudarão. Decidi ser realista e esse é o resultado.

quarta-feira, 23 de junho de 2010

E sei que a vida continua. Sem se preocupar com começos,crises ou cartazes. Apenas seguindo em frente, como uma caravana velha e empoeirada.
Talvez eu saiba que as pessoas nunca vão ser inteiramente minhas. E bem dificilmente vão ser 'um pouco' minhas, apesar de eu dar muito de mim pra elas. As vezes penso que de qualquer maneira, ninguem vai estar lá quando precisar. Ninguem pra dar a mão e dizer "Tudo vai ficar bem", mesmo que seja impossivel na hora, e você saiba disso. E por mais que me doa, talvez eu saiba que tudo nunca passou de um sonho, e que a realidade é bem diferente daquilo que imaginei para nós. Talvez eu saiba que tudo o que sobra é a dor e aquela gostosa sensação de passado, perfeitamente encapsulado, como uma bolha de sabão que você fica observando de longe com medo de chegar perto demais e estoura-la. Uma pincelada de cores naquela tela árida e cinzenta que havia se tornado a minha vida.

domingo, 20 de junho de 2010

Frase de hoje: Eu não me importo mais. E vou ficar repetindo até conseguir convencer a mim mesma.

sexta-feira, 18 de junho de 2010

Suas coisas nunca abandonam você.

Posso confiar completamente cada segredo à minha escova de dentes. Posso bater, humilhar e xingar meus ursos de pelúcia sem ninguem se importar.Preciso de  algo que esteja sempre lá, uma rotina desgastante que mesmo assim traz um pouco de comodidade pra alguem que busca indiscutivelmente sensações novas. Um ponto de partida e de retorno, pra quando as coisas derem errado. Elas me mostram que eu tenho pra onde fugir quando estiver muito triste, consumida pela dor. O que não ocorrerá poucas vezes. Um lugar onde eu consigo sentir que faço parte, já que são a minha história.
Em uma casa em chamas, uma criança com cabelos de igual cor de fogo olha pra mim. Mas parece não me ver. O olhar triste da menina me atravessa, como se eu não existisse.

Não sei.

Sei apenas que sigo em frente. Não sei se estou perto ou longe de mais, se peguei o rumo certo ou errado. Sei apenas que sigo em frente, vivendo dias iguais de forma diferente. Já não caminho mais sozinha, levo comigo cada recordação, cada vivência, cada lição. E mesmo que tudo não ande da forma que eu gostaria, saber que já não sou a mesma de ontem me faz perceber que valeu a pena.

quinta-feira, 17 de junho de 2010

quarta-feira, 16 de junho de 2010

Half-minute horrors.

"A mão direita não sabe o que a esquerda esta fazendo" é uma frase que se refere aos momentos em que as pessoas deveriam saber, mas não sabem, alguma coisa que está acontecendo muito perto delas. Por exemplo, você deveria saber sobre o homem que te vigia enquanto você dorme. 
Ele é um homem quieto,e você não sabe nada sobre ele. 
Você não sabe como ele fica em sua casa, ou como ele encontra o caminho para a sala onde você dorme. Você não sabe como ele pode olhar para você por tanto tempo sem piscar, e não sabe como ele consegue ter ido embora de manhã, sem deixar vestígios, e não sabe onde ele comprou a faca, muito afiada, curvada como a lua crescente, que ele segura na mão esquerda, as vezes só a milímetros de seus olhos, que estão fechados e sonhando. 
Há, naturalmente, coisas que ele não sabe sobre você, tampouco. Ele não sabe o que você está sonhando, mas pode ser que ele não se importe. Suas roupas estão amarrotadas e tem rasgos estranhos aqui e ali. 
Uma das mangas do casaco é mais longa que a outra, e isso pode ser para cobrir a mão direita. A manga é longa o suficiente para que, se você acordar e vê-lo, o que você nunca fará, não possa ver que a mão direita é estranha e torta. Levaria um tempo, na escuridão da sala, para perceber que estão faltando três dedos. 
Ele vem todas as noites. 
Sua mão direita não sabe o que a esquerda está fazendo.

Iria passar.


Inconscientemente parecia querer buscar em autores, filmes e músicas, algum tipo de consolo. Como se alguém precisasse chegar bem perto do sofá, onde estava, colocar uma das mãos em seu ombro e dizer que aquilo era normal. Que acontecia também com outras pessoas. E que iria passar.






Ainda pior.


Ainda pior que a convicção do do não e a incerteza do talvez é a desilusão de um quase.É o quase que me incomoda, que me entristece, que me mata trazendo tudo que poderia ter sido e não foi. Quem quase ganhou ainda joga, quem quase passou ainda estuda, quem quase morreu está vivo, quem quase amou não amou. Basta pensar nas oportunidades que escaparam pelos dedos, nas chances que se perdem por medo, nas idéias que nunca sairão do papel por essa maldita mania de viver no outono. Pergunto-me, às vezes, o que nos leva a escolher uma vida morna; ou melhor não me pergunto, contesto. Pros erros há perdão; pros fracassos, chance; pros amores impossíveis, tempo. Mas de nada adianta cercar um coração vazio ou economizar uma alma.
Amely: 14 anos de desastres. Gosta de ler, viciada em séries, joga xadrez, damas e video games. Ouve rock, vê filmes e passa a maior parte do tempo ociosa. Cética, impulsiva, inconstante. Não costuma esperar muito de ninguem. Sincera ao ponto de ser desagradável.