sábado, 21 de maio de 2011

Isso nunca vai mudar.

 E te dizia no escuro que era mais ou menos amor mesmo. Porque era. Porque é.

sábado, 14 de maio de 2011

Não me venha com meios-termos, com mais ou menos ou qualquer coisa.


Dizem que a gente tem o que precisa. Não o que a gente quer. Tudo bem. Eu não preciso de muito. Eu não quero muito. Eu quero mais. Mais paz. Mais saúde.Mais dinheiro. Mais poesia. Mais verdade. Mais harmonia. Mais noites bem dormidas. Mais noites em claro. Mais eu. Mais você. Mais sorrisos, beijos e aquela rima grudada na boca. Eu quero nós. Mais nós. Grudados. Enrolados. Amarrados. Jogados no tapete da sala. Nós que não atam nem desatam. Eu quero pouco e quero mais. Quero você. Quero eu. Quero domingos de manhã. Quero cama desarrumada, lençol, café e travesseiro. Quero seu beijo. Quero seu cheiro. Quero aquele olhar que não cansa, o desejo que escorre pela boca e o minuto no segundo seguinte: nada é muito quando é demais.

Vem comigo.

Vamos embora para um lugar limpo. Deixe tudo como esta. Feche as portas, não pague as contas e nem conte a ninguém. Nada mais importa.
Agora você me tem, agora eu tenho você. Nada mais importa.
O resto? Ah, os restos são restos. E não importam. 
Não importa, não importa. 
Largo tudo. Venha comigo pra qualquer outro lugar. 
Foi em Abril, dirá abril e maio. Ou Setembro, Outubro. Os mais cruéis dos meses. Tanto faz, já não importará depois de tanto tempo, numa cidade remota. 
E vou dizendo lento, como quem tem medo de quebrar a rija perfeição das coisas, e vou dizendo leve, então, no teu ouvido duro, na tua alma fria, e vou dizendo leve, e vou dizendo longo sem pausa: – gosto muito de você, gosto muito de você.

Meu coração tá ferido de amar errado.


Ontem chorei. Por tudo que fomos. Por tudo o que não conseguimos ser. Por tudo que se perdeu. Por termos nos perdido. Pelo que queríamos que fosse e não foi. Pela renúncia. Por valores não dados. Por erros cometidos. Acertos não comemorados. Palavras dissipadas.Versos brancos. Chorei pela guerra cotidiana. Pelas tentativas de sobrevivência. Pelos apelos de paz não atendidos. Pelo amor derramado. Pelo amor ofendido e aprisionado. Pelo amor perdido. Pelo respeito empoeirado em cima da estante. Pelo carinho esquecido junto das cartas envelhecidas no guarda- roupa. Pelos sonhos desafinados, estremecidos e adiados. Pela culpa. Toda a culpa. Minha. Sua. Nossa culpa. Por tudo que foi e voou. E não volta mais, pois que hoje é já outro dia. Chorei. Apronto agora os meus pés na estrada. Ponho-me a caminhar sob sol e vento. Vou ali ser feliz e já volto.

É isso ai, confie, acredite, ame. Vamos lá, decepcione-se!

Eu sei, você esqueceu de lembrar.
Eu sei, você esqueceu de voltar.
Eu sei, você esqueceu de tentar.
Eu sei, você esqueceu de lutar.
Eu sei, você esqueceu de ficar.
Eu sei, você esqueceu de sonhar.
Eu sei, você esqueceu como amar.
Eu sei, você esqueceu.
Veja o que me aconteceu.

Sou uma eterna apaixonada por pessoas inteiras.


Você não sabe ao certo o que vê em mim, mas também não sabe ao certo o que não vê. Você sabe que pode ter uma mulher mais gostosa do que eu, mas por alguma razão prefere aquela que ainda ri das suas piadas. Mesmo sendo as mesmas piadas há quatro ou cinco anos. Aí você me liga, com aquele ar descompromissado e meigo de quem só quer ir no cinema com uma velha amiga. Eu não faço a menor idéia do que vejo em você, mas também não faço idéia do que não vejo. Mas por alguma razão prefiro suas piadas velhas e seu jeito homem de ser. Você é um idiota, uma criança, um bobo alegre, um deslumbrado, um chato. Mas você é homem. E talvez seja só por isso que eu ainda te aguente: você pode ter todos os defeitos do mundo, mais ainda é melhor do que o resto do mundo. Aí a gente, sem saber ao certo o que está fazendo ali, mas sem lugar melhor para estar, acaba pulando o cinema que nunca existiu e indo direto ao assunto. O mesmo assunto de quatro ou cinco anos que, assim como as suas piadas, nunca cansam ou enjoam.E aí acontece um fenômeno muito estranho comigo. Mesmo quando não é bom, mesmo quando cansado e egoísta você não espera por mim e vira pro lado pra dormir, eu sempre me apaixono por você. Todas as vezes que te vi, nesses últimos quatro ou cinco anos, eu sempre me apaixonei por você. Eu sempre estive pronta pra começar algo, pra tomar um café de verdade, pra passear de mãos dadas no claro, pra escutar uma piada nova. Eu nunca vou entender. Eu nunca vou saber porque a vida é assim. Eu nunca vou entender porque a gente continua voltando pra casa querendo ser de alguém, ainda que a gente esteja um ao lado do outro. Eu nunca vou entender porque você é exatamente o que eu quero, eu sou exatamente o que você quer, mas as nossas exatidões não funcionam numa conta de mais. Mas aí, daqui uns dias, igual faz há uns cinco ou seis anos, você vai me ligar. Querendo pegar aquele cineminha, querendo me esconder como sempre, querendo me amar só enquanto você pode vulgarizar esse amor. Me querendo no escuro. E eu vou topar. Não porque seja uma idiota, não me dê valor ou não tenha nada melhor pra fazer. Apenas porque você me lembra o mistério da vida. Simplesmente porque é assim que a gente faz com a nossa própria existência: não entendemos nada, mas continuamos insistindo.

domingo, 1 de maio de 2011

Testosterone boys and harlequin girls


Sabe, talvez seja isso. O modo engraçado de dar ênfase nas palavras erradas, suas piadas velhas e desgastadas, esse jeito -tão garoto- de ser homem. Eu não sei o que eu vejo em você. Às vezes você é tão bobo, e me faz sentir tão boba. Tem essa mania surda de responder todas as minhas perguntas com um "O que?" enjoado. Você já descobriu tudo o que me irrita e gosta de me ver assim. Você é um chato. Inteligente demais, ou burro demais, eu não saberia dizer ao certo. Você diz as coisas mais erradas do mundo sendo tão agitado. E por algum motivo bizarro, eu gosto. Assim a gente se completa de um jeito meio torto mesmo, porque eu nunca soube desenhar linhas retas.
Enquanto chega dia e passa dia, eu fico pensando as mesmas coisas, com preguiça de ir nos mesmos lugares e ver gente. Nunca planejei ser tão piégas, mas a verdade é que você deixa tudo leve. Não, você não leva embora os meus problemas ou qualquer bobagem assim. Na verdade, até traz uns -vários- novos pra coleção. Mas eu não consigo me livrar dessa sensação de que tudo está um pouquinho menos fodido com a gente junto.
Brigamos quando eu chego falando que certo cara é tudo o que eu sempre quis, e que acho que me apaixonei. Só pra te irritar, e ver você escondendo o ciúmes atrás de frases curtas e risadas forçadas. E então você se vinga, dizendo alguma coisa sobre como diversas garotas tem uma queda por você. Assim, com o orgulho ferido e uma pitada de arrogância intrínseca. Como se eu não soubesse.  
Você está sempre reclamando de que nós discutimos durante os 7 dias da semana. Eu só peço que entenda que odeio rotina. 
Eu me encho de raiva quando você vem com um "Ninguém é perfeito" se eu reclamo de algo que não gosto em você. Eu não preciso aceitar, ou gostar, de tudo o que você faz. E acabo sendo grossa, e ficando brava de repente, e você, como sempre, nunca enxerga o que fez de tão errado.  
Te falo, com uma paciência muito maior do que eu tenho, e me acostumei com o fato de que você nunca ouve. Ou se ouve, simplesmente ignora. Porque no dia seguinte repete tudo, como uma criança teimosa fazendo birra. E eu sinto como se você fosse embora sempre que o texto passa da terceira linha.
E depois disso você vem, juntando todos os pequenos defeitos que se tornam enormes quando a gente quer ficar brava com uma pessoa. Você consegue tirar as fotos mais ridículas que eu já vi, mesmo sendo tão bonito, além do péssimo gosto pra cortes de cabelo.
Mas aí eu me pego pensando em quando você escreve certo só pra me agradar, e lembra da minha neurose com os pontos finais, letras maiúsculas e erros tolos, como o "mas" e "mais". E seu jeito, mais sarcástico do que maldoso, de zombar as minhas notas em redação. E é tudo o que eu quero, quando você me olha sem pressa e sorri nervoso, sem saber porque a gente procura se perder. 
Eu não consigo imaginar o que passa na sua cabeça com os meus surtos, o modo de falar tudo rápido demais e como não sei aceitar elogios. Esse meu jeito confiante e segura demais por fora, sendo só mais uma garota com medo da vida por dentro. Da minha indecisão, e da mania desagradável de falar a verdade com todas as letras. Eu sempre vou ser daquelas que querem um beijo roubado no meio de uma briga. Vou querer surpresas e não promessas. Vou rir de mim mesma. 
Talvez, a culpa seja dessa minha mania de romantizar tudo de um jeito meio bruto, e desastrado. Ou daquela mania oposta de esperar o pior de todo mundo e nunca me surpreender. Ou, mais provavelmente, desse meu frenesi em estar sempre em conflito comigo mesma.
Tem coisas que eu não entendo, como as vezes em que vem você me olhar apaixonado e, no momento seguinte, frio. Ou quando fica todo nervosinho por uma brincadeira tonta, já que é exatamente o que reclama em mim.
Fico pensando e querendo saber coisas, que você me diga, qualquer coisa. O mesmo assunto de duas ou três semanas, os mesmos links desgastados ou aqueles documentarios ferrados de 3 horas que eu nunca vou assistir, tanto faz. 
E dou aquele sorriso cansado quando, no meio dos lugares mais improváveis, lembro de você.  Daquela vez, em que você ficou todo chocado quando, em plena madrugada, comecei a falar coisas sem sentido, discutindo vividamente sobre filmes pornô. Mas você fingiu que não ficou e eu fingi que não percebi. Ou das vezes que eu digo um "Acho que eu vou sair." e você não percebe que o que eu quero mesmo é que você me diga pra ficar, nem que seja para não falar nada.
E aí tem aquelas coisas sobre mim que seriam tão fáceis de descobrir, só que você não descobre. Tenho tanto de mim espalhado por aí, na sua frente, que só não vê por que não quer. Gosto de estar certa. De quem entende o que eu digo. Dos meus livros, minhas idiossincrasias, do meu mundo.
Eu gosto de mentir, e te enganar, só pela graça de ver sua cara -tão desesperada- segundos depois. E você me chama de idiota, vagabunda, mas sempre acaba rindo do meu prazer infantil em ser má.
Acho que no fim, nós estamos aqui porque não temos nenhum lugar melhor para estar e nada melhor para fazer. E porque só estar nos basta. E tudo isso, talvez seja um jeito meio confuso e demorado de dizer apenas uma coisa: 
Eu te odeio as vezes, mas só porque te gosto. E muito.