Por alguns momentos,é como se houvesse assim uma espécie de esperança. De possibilidade de esperança.
quarta-feira, 4 de agosto de 2010
Talvez eu saiba no fundo da alma que o amor nunca dura, e nós temos que arranjar outros meios de seguir em frente sozinhos ou ficar com uma cara boa. E eu sempre vivi assim, mantendo uma distância confortável. Até agora eu tinha jurado a mim mesma que eu era feliz com a solidão, porque nada disso valia a pena o risco.
Foi numa dessas manhãs sem sol que percebi o quanto já estava dentro do que não suspeitava. E a tal ponto que tive a certeza súbita que não conseguiria mais sair. Não sabia até que ponto isso seria bom ou mau — mas de qualquer forma não conseguia definir o que se fez quando comecei a perceber as lembranças espatifadas pelo quarto. Não que houvesse fotografias ou qualquer coisa de muito concreto — certamente havia o concreto em algumas roupas, uma escova de dentes, alguns discos, um livro: as miudezas se amontoavam pelos cantos. Mas o que marcava e pesava mais era o intangível.
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