Tem tanta coisa que eu nunca te disse...
25, agosto
Eu não sei o que falar de você
Tu entrou na minha vida derrubando aqueles 3 ou 4 muros que eu havia construído ao redor de mim mesma
Talvez tenha sido isso
Você chegou leve e foi me ganhando sem que eu mesma percebesse.
28, agosto
Você roubou o meu fôlego, meu tempo e principalmente: o meu sono.
30, agosto
Você estragou tudo.
Partiu assim, sem o menor pudor.
Da minha vida, como sempre, fui a ultima a saber:
fechei a porta da minha casa e você pulou a janela de alguma outra.
1, setembro
Saudade eu tenho de alguns momentos.
Saudade é bem diferente de falta.
Saudade é quando a gente sabe que nunca mais vai voltar. Como as vezes em que eu te fazia ficar sem graça e você me fazia rir.
Falta não sinto.
Falta implica querer ou precisar de volta. Insistir no erro.
Saudade eu tenho de tudo que sou assumida traça de passado.
Me alimento do que rôo dessas memórias desgastadas.
Mas eu sempre inventei muito peso para as minhas costas fracas por tua causa.
E agora que tudo caiu... é como se eu pudesse respirar apesar da rinite.
1, setembro
Consegui dormir a noite toda.
Se lembrei de você? Minto.
2, setembro
Penso em você, a verdade é essa.
Principalmente a noite, e também durante o dia, quando sem aparente motivo, sinto teu cheiro na minha roupa.
Aquele cheiro que-não-é-só-perfume que você tem.
Penso no seu jeito de moleque, nos cílios de boneca, e super penso no teu sorriso fácil com covinhas, que sempre me desarmou.
Tri-penso no teu beijo.
Me perco sempre no meio termo.
5, setembro
Prefiro pensar, as vezes, que por ser tão doce você demore bem mais a amadurecer.
7, setembro
Onde está a sua pele quente, colada na minha?
Cadê teu coração batendo rápido junto ao meu?
Tua boca macia, língua ligeira, suspiro suave. E agora?
7, setembro
E foi estranho, sabe?
Pensar em você com carinho de novo.
Me fez bem lembrar que você valeu a pena por algum motivo.
8, setembro
Nós éramos dois estranhos que se encaixavam muito bem.
12, setembro
Só me sinto mal pelo o que fiz comigo mesma.
Pela dor no estômago que eu me auto inflingi.
Pelo choro. Pelas comparações.
Pela desvalorização de mim. Pela raiva de mim. Pela tristeza e vazio de mim.
Porque tudo o que eu era passou a ser menor do que você.
Menos importante.
Meio bobo, querendo se esconder até toda a onda de dor passar.
Mas o engraçado é que eu mesma era a unica que podia entender que não tem dor.
Tem orgulho. Ferido demais, por sinal.
Mas a dor dor já veio muito pior e eventualmente a gente aprende a lidar com as coisas.
12, setembro
O que eu faço com todas essas minhas neuroses justificadas pelo uso?
18, setembro
Muitas vezes eu passei a noite em claro, me perguntando o que diabos eu via em você.
Ou o que não via.
18, setembro
Nós não tínhamos começo, meio, motivo ou solução.
Nós só éramos, assim, tão errados um para o outro, aproveitando nossa imperfeição.
Vivemos nossas excentricidades, cada um a sua maneira.
20, setembro
E tudo bem. Não há nada a ser esperado, nem desesperado.
Saiba que não lhe guardo rancor.
Talvez um pouco, mais pela situação do que propriamente por você.
Boa sorte.
E me lembra, se puder.